sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A PRIMEIRA VEZ QUE VI MARADONA



Fazia uma calor infernal em Buenos Aires naquela tarde de 17 de março de 1996.

Por volta das 3 da tarde, entrei no ESTADIO TOMÁS ADOLFO DUCÓ,  no histórico bairro de Parque Patrícios, a casa HURACÁN, o "El Globito",  que dentro de uma hora enfrentaria o BOCA JUNIORS, pela segunda rodada do Torneio Clausura.

O BOCA tinha confirmados no ataque MARADONA e CANIGGIA , os responsáveis pela eliminação do BRASIL na Copa de 1990, na Itália.

Desta vez, os dois estavam juntos fora da seleção argentina.

Consegui um ingresso por muita sorte e graças a minha memória futebolística portenha. Um dia antes fui as bilheterias do estádio para tentar comprar uma entrada, mas já sabia que todos os ingressos ja estavam esgotados.

No caminho, dentro do ônibus comecei a conversar com um senhor de cabelos grisalhos sobre o grande time que o HURACÁN formou em 1973, Campeão Metropolitano, treinado por CESAR LUIS MENOTTI e com pelo menos três nomes que fizeram história no futebol argentino: o meia MIGUEL BRINDISI, o atacante CARLOS BABINGTON e o ponteiro RENÉ HOUSEMAN.



O tal senhor simpatizou muito comigo, batemos um longo papo no trajeto e chegando ao estádio me disse que trabalhava na secretaria do clube.

Tirou da carteira um ingresso e me disse que aproveitasse bem o domingo para ver um grande jogo e que voltasse ao Brasil com a melhor das impressões sobre o HURACAN.

Me lembrei desta partida, porque hoje DIEGO ARMANDO MARADONA completa 55 anos.
É um dos gênios do futebol nascidos em outubro, como PELÉ e GARRINCHA.

E também porque encontrei as imagens da primeira vez  que vi MARADONA.


terça-feira, 27 de outubro de 2015

HÁ 50 ANOS, A GRANDE NOITE DE VOLMIR MAÇAROCA





Hoje faz 50 anos de umas das maiores vitórias da história do  GRÊMIO,  um dos grandes grandes jogos do ESTÁDIO OLÍMPICO.

Foi numa noite de quarta-feira, no dia 27 de outubro de 1965, que o tricolor massacrou o PALMEIRAS por 5 a 1, em Porto Alegre, em partida válida pela primeira fase das finais da TAÇA BRASIL, na época, a mais importante competição entre clubes do futebol brasileiro.

O GRÊMIO havia perdido a primeira partida para o alviverde paulistano , uma semana antes,  por 4 a 1, no Pacaembu, e precisava vencer de qualquer maneira para provocar um terceiro jogo extra. O saldo de gols não contava.

O que se viu no OLÍMPICO abarrotado por 51 mil torcedores foi uma partida memorável da equipe dirigida por CARLOS FRONER e uma atuação fantástica do ponta-esquerda VOLMIR.

O jovem ponteiro de apenas 21 anos foi o melhor jogador da partida e simplesmente "humilhou" o lateral-direito titular da seleção brasileira, o grande DJALMA SANTOS.

No final, 5 a 1 para esquadrão tricolor sobre a "Academia", como era chamado o PALMEIRAS, que dois meses antes havia representado a seleção brasileira em jogo contra o Uruguai, nos festejos de inauguração do Mineirão, em Belo Horizonte.

O GRÊMIO seria eliminado pelos paulistas em partida extra disputada no Pacaembu, por 2 a 0.

Mas o que valeu mesmo, foi aquela vitória histórica e os cinco gols sofridos por um dos grandes times da história palmeirense, na maior atuação da carreira do meu amigo VOLMIR, o incrível MAÇAROCA, que daqui a uma semana vai completar 71 anos de vida e com certeza vai se lembrar desta noite inesquecível para os gremistas.

Renato Marsiglia, Batista, este blogueiro e o grande VOLMIR

27/10/1965
GRÊMIO 5 X 1 PALMEIRAS
Local: Olímpico - Porto Alegre (RS)
Renda: Cr$ 48.557.000,00
Público: 51.000 (recorde)
Juiz: Armando Marques
Gols: Alcindo 34' e 44', Volmir 48', Joãozinho 61' e 84' e Zequinha 71'
GRÊMIO: Arlindo; Altemir, Airton, Paulo Souza e Ortunho; Cleo e Sergio Lopes; Vieira, Alcindo, Joãozinho e Volmir.

Técnico: Carlos Froner
PALMEIRASP: Donáh; Djalma Santos, Djalma Dias, Procópio e Ferrari; Dudu e Ademir da Guia (Zequinha); Julinho, Servílio, Ademar Pantera e Rinaldo.
Técnico: Mário Travaglini

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

SALVE MILTON E BELCHIOR !



Dois craques da Música Brasileira fazem aniversário nesta segunda.

O carioca, mas mineiro de alma e coração, MILTON NASCIMENTO, completa 73 anos.

O cearense de Sobral,  BELCHIOR, chega aos 69.

Há vários pontos em comum nas suas obras.

O começo em festivais de música, as canções inspiradas em viagens pelo interior do país, a verve política e o interesse pela música latino-americana.

Ainda forneceram canções fundamentais para a voz de ELIS REGINA.

E também olharam com carinho para o futebol ao fabricarem dois grandes sucessos: "AQUI É O PAÍS DO FUTEBOL", de 1970 e "DIVINA COMÉDIA HUMANA", de 1978.








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sexta-feira, 23 de outubro de 2015

MEU TIO JOGOU COM PELÉ




Esta foto  está praticamente em todos os livros e documentários sobre PELÉ, apresentados e produzidos em várias partes do mundo.

Posso dizer que, pra  mim, a imagem é bem familiar.

O  segundo agachado, da esquerda pra direita, bem ao lado de PELÉ,  era meu tio VICTOR,  irmão de minha mãe, CLARICE.

Quando o pai de PELÉ,  DONDINHO, chegou a Bauru, vindo de Minas Gerais, para jogar no BAC (Bauru Atlético  Clube), foi morar ao lado da casa dos meus futuros avós. Não demorou muito para que houvesse uma aproximação entre as famílias.

Foi meu tio que convidou PELÉ  para fazer parte do RADIUM, o time de futebol de salão da foto, que em pouco tempo tornou-se uma sensação na cidade, com vitórias espetaculares e goleadas homéricas nos seus pobres adversários..

Dizem que meu tio era realmente muito bom de bola. Treinou no Corinthians, jogou no Juventus e depois em times do Paraná, como Londrina e Apucarana e também em pequenas equipes do interior paulista.

Uma grave contusão no joelho e um temperamento forte o impediram de prosseguir no futebol.

Me lembro uma vez,  em 1971, passava as férias de julho na casa do meus avós,  quando o carteiro chegou com um telegrama para o meu tio. Era da assessoria de PELÉ, que convidava  vários dos seus amigos de Bauru, para assistir com despesas pagas, a sua despedida com a camisa da seleção brasileira no Maracanã, contra a IUGOSLÁVIA,

Dez anos depois, quando fui morar em Bauru para trabalhar e estudar jornalismo, vez ou outra encontrava meu tio VICTOR no centro da cidade. Estava sempre rodeado de amigos, falando sobre futebol e com uma pasta onde levava os papéis de uma empresa de turismo do sul do país  para qual trabalhava.

Gostava de me apresentar para seus colegas como "meu sobrinho gremista" e me pedia para mostrar a carteira de sócio tricolor que sempre levava comigo.

Meu tio VICTOR foi bater sua bolinha lá em cima em 2002.

Conseguiu o que pouquíssimos conseguiram e muitos desejavam: jogar ao lado de PELÉ.

Hoje, no dia em que o mais famoso de todos os brasileiros completa 75 anos,  preferi lembrar de um amigo de infância do Rei.




quarta-feira, 14 de outubro de 2015

MIELE E A ARTE NO FUTEBOL




A quarta-feira de futebol começa com a triste notícia da morte de LUÍS CARLOS MIELE, aos 77 anos, depois de sentir uma mal súbito em sua casa na zona sul do Rio de Janeiro.

O paulistano que virou  carioca foi um dos artistas mais completos de todos os tempos no país, aquilo que se chamava de "showman", o verdadeiro.

Produziu, dirigiu, atuou, narrou, apresentou e presenciou vários dos momentos mais importantes da arte musical e teatral brasileira nas últimas seis décadas.

Era um coringa, um polivalente, como se diz no vocabulário da bola.

E MIELE tinha no futebol uma de suas grandes paixões.

Nascido em São Paulo, chegou a jogar no juvenil do Palmeiras, mas na época já começava a trabalhar na noite e acabou sendo aconselhado por um técnico argentino a investir no show-business.

O cenário futebolístico perdeu mais um Luiz Carlos, mas o  Brasil acabava de ganhar MIELE, que se tornaria uma grife do entretenimento nacional e um peladeiro nas horas vagas, requisitadíssimo para jogos entre artistas.


Nessa foto, tirada em 1975, aparece como o último em pé, em um time de artistas da música fardados com a camisa do  Fluminense, time do coração de CHICO BUARQUE, o organizador do jogo, que serviu de preliminar da decisão da Taça Guanabara, entre o tricolor carioca e o América.

MIELE também se inspirou no futebol para produzir um dos espetáculos mais vistos no circuito  Rio-São Paulo na década de 60: o aplaudidíssimo "PRIMEIRO TEMPO: 5 X 0".

Em 1966, ao lado de RONALDO BÔSCOLI, reuniu no palco a consagrada CLAUDETTE SOARES e o desconhecido TAIGUARA, acompanhados pelo fenomenal JONGO TRIO.



O musical recebeu este título para aproveitar a enorme euforia que tomava conta do país com o futebol e a expectativa de ver a  seleção brasileira conquistar o tricampeonato na Copa do Mundo da Inglaterra, disputada naquele ano. Afinal, tínhamos PELÉ e GARRINCHA,

O título não veio, a seleção fez um papelão na terra dos BEATLES,  mas "PRIMEIRO TEMPO: 5 X 0" permaneceu em cartaz por mais 3 anos, com algumas adaptações no repertório, que originalmente é impecável.

01 – Abertura – Samba tempo ( Marcos Vasconcellos – Pingarrilho)
02 – Canto de Ossanha (Baden Powell – Vinicius de Moraes)
03 – Tempo (Mieli – Ronaldo Bôscoli) – A banca do destino (Billy Blanco)
04 – Tempo de humor (talk) – Civilização (Pingarrilho – Marcos Vasconcellos)
05 – Pra você (Silvio César) – Preciso aprender a ser só (Marcos Valle – Paulo Sergio Valle) – Estrada do sol (Tom Jobim – Dolores Duran)
06 – Mila (Roberto Menescal – Ronaldo Bôscoli)
07 – Tristeza (Haroldo Lobo – Niltinho)
08 – Soneto da separação (Vinicius de Moraes) – Apêlo (Baden Powell – Vinicius de Moraes)
09 – Tempo de humor (talk)
10 – Por um amor maior (Ruy Guerra – Francis Hime)
11 – Tempo de 5 X 0 (talk) – Samba do carioca (Carlos Lyra – Vinicius de Moraes)


O LP com o show da primeira temporada foi gravado e lançado ainda em 1966.  É uma das grandes raridades da minha coleção de discos e assim que soube da morte de MIELE, me lembrei imediatamente desta preciosidade.

No mês de nascimento de grandes craques como PELÉ, MARADONA e GARRINCHA, o Brasil dá adeus um craque da música, do riso e da interpretação.



sexta-feira, 9 de outubro de 2015

O FUTEBOL DE JOHN LENNON



JOHN LENNON está em todas as mídias nesta sexta-feira.

Milhões de fãs celebram os 75 anos de nascimento do mais corajoso, polêmico e irascível dos quatro integrantes dos  BEATLES, a mais influente banda de todos os tempos.

LENNON nasceu numa cidade apaixonada por futebol e que tem um clube farto de história e uma torcida fanática. o LIVERPOOL F.C.

De uma forma ou de outra, o esporte mais  popular do planeta iria um dia aparecer em sua obra.

E foi na capa do disco "WALLS  AND BRIDGES", lançado em 1974.

Ele escolheu para ilustrar o seu terceiro disco solo um desenho sobre futebol, que havia feito no colégio, exatamente dez anos anos da banda ganhar todas as paradas do mundo com a inocente "LOVE ME DO".

O autor de "IMAGINE" e "MOTHER" usou como inspiração a decisão da FA CUP entre ARSENAL e NEWCASTLE, jogo que parou toda a Inglaterra, disputado no WEMBLEY STADIUM, completamente lotado, em 3 de maio de 1952.

No final, vitoria do alvinegro do norte inglês por 1 a 0, que recebeu a taça das mãos de WINSTON CHURCHILL, na época, o  poderoso primeiro-ministro do Reino Unido..

Confira as sensacionais imagens do jogo que inspirou um dos maiores compositores da música pop em todos os tempos.


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

POA JAZZ FESTIVAL: MÚSICA BOA ACIMA DE TUDO



Toda cidade considerada geográfica e culturalmente importante deve ou deveria ter um festival de jazz.

É um parâmetro indicativo de que ali há possibilidade de apresentar a um público diversificado e interessado, nomes de um gênero em que a qualidade musical está acima de tudo, onde o que interessa mesmo é tocar bem.

Porto Alegre tem o seu e isto não é pouca coisa.

Em tempos de crise aguda, que não poupa economicamente nenhum brasileiro, a realização do festival é um ato de coragem e visão de gente  que sabe que música boa é trilha reconfortante para qualquer momento.

Começa nesta quinta-feira a segunda edição do POA JAZZ FESTIVAL, o evento musical mais eclético e acessível  da capital gaúcha, berço de grandes músicos que estão aí tocando com alguns dos craques da Música  Brasileira  e mostrando sua arte em várias partes do mundo.

A largada foi com o curto e emocionante show em tributo a MILTON NASCIMENTO  no Parque da Redenção, num domingo típico de primavera, solar como a música do nome catalizador do Clube da Esquina.


E a partir de hoje, começa a série de shows no BARRASHOPPINGSUL divididos em quatro noites, cada uma delas com três atrações.

Logo mais, às oito e meia, exatamente no mesmo momento em que o Brasil estreia nas Eliminatórias da Copa de 2018, contra o Chile, em Santiago, os primeiros acordes do violão pampeiro do argentino LUCIO YANEL serão ouvidos no palco montado no aconchegante Centro de Eventos do shopping, que permite uma rara proximidade entre artista e público.




Em seguida vem PEDRO TAGLIANI, violonista e guitarrista que integrou  o RAIZ DE PEDRA, grupo criado em Porto Alegre nos anos 80 e que até hoje é referência na música instrumental brasileira. Depois de uma longa temporada na Europa, o músico retornou ao país e agora apresenta suas composições com seu quarteto formado por MICHEL DORFMAN, MARQUINHOS FÊ e LUCAS ESVAEL.




E para fechar a noite, direto dos Estados Unidos, o guitarrista novaiorquino JONATHAN KREISBERG, acompanhado por um timaço: WILL VINSON, no sax; RICK ROSATO, no baixo e MARK FERBE, nas baquetas.

A programação completa está em facebook.com/portoalegrejazzfestival
Ingressos: 60 reais por noite
Meia-entrada: 30 reais.
Vendas: ingressorapido.com.br e bilheterias no Centro de Eventos BarrashoppingSul



sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O OUTUBRO DE MILTON



Não poderia ser mais emblemática e bem escolhida a  vinda de MILTON NASCIMENTO à Porto Alegre neste domingo, para abrir a programação oficial do 2º POA JAZZ FESTIVAL, a partir das 4 da tarde, no Parque da Redenção.

No mesmo horário o GRÊMIO vai estar enfrentando lá em Belo Horizonte, o CRUZEIRO, time de coração do cantor e compositor, que já fez até música para um dos grandes craques da história do clube mineiro, o pequeno e mágico TOSTÃO.

Vários lugares da capital gaúcha estarão vazios na tarde de domingo, pois muita gente vai mesmo estar nos arredores do Bom Fim  para ver o show que vai  prestar tributo a  um dos maiores, mais importantes e influentes nomes de todos os tempos no país da música.

 Será uma grande celebração que também vai contar com músicos e cantores gaúchos, coisa que MILTON  gosta muito - e como gosta - de reunir em torno de si,  artistas de todas as vertentes musicais, que nada mais é do que o espírito natural do jazz.

O primeiro domingo de outubro primaveril na mais arborizada das capitais brasileiras promete ser histórico.

É o outubro de MILTON NASCIMENTO.